quinta-feira, 7 de julho de 2016

PATTI SMITH


Hoje na Sábado escrevo sobre M Train, de Patti Smith (n. 1946), mais conhecida como cantora e poeta, mas também autora de obras memorialísticas. Por exemplo, Apenas Miúdos, vencedor do National Book Award, dá conta do relacionamento com Robert Mapplethorpe. M Train é o road map de uma vida marcada pelos artistas, lugares, obras e autores que Patti amou, fixando-os numa série de ensaios que estabelecem entre si um fio condutor. Um desses textos recupera a visita atribulada à extinta colónia penal de Saint-Laurent-du-Maroni onde Genet gostaria de ter estado preso. O móbil era oferecer-lhe pedras e um pouco de terra apanhada no local. Episódios rocambolescos pontuam o relato dessa viagem à Guiana Francesa. A escrita corrida leva-nos a lugares improváveis, como seja um hotel da Cidade do México especializado em sushi. Ícones dos seventies, como Mishima, Pasolini e Frida Kahlo, integram a galeria de autores citados. Bolaño e Murakami também. Até tu, Patti?, perguntará o leitor de A Useless Death (1972). Num registo diferente, “O Sonho de Alfred Wegener” é do melhor que o livro tem. Helder Moura Pereira traduziu. O volume está ilustrado com fotos alusivas. Três estrelas e meia.