quinta-feira, 12 de maio de 2016

RABINDRANATH TAGORE


Hoje na Sábado escrevo sobre A Asa e a Luz, de Rabindranath Tagore (1861-1941), um nome familiar aos leitores do Ocidente, embora a cultura bengali não sobreviva sob o holofote mediático. Tendo visitado a Inglaterra na adolescência, ainda no tempo da rainha Vitória, Tagore desde cedo desenvolveu contactos e amizades com várias das personalidades que marcaram o século XX: Gandhi, Einstein, Yeats e Gide são alguns exemplos. Essa circunstância talvez explique o espectro de interesses que a obra reflecte. Dito de outro modo, foi um intelectual comprometido com o seu tempo. Isso é mais visível na literatura e na música (a título de curiosidade, refira-se que Tagore é o autor dos hinos nacionais da Índia e do Bangladesh), mas estende-se a outras áreas da criação artística. Neste volume, coligem-se aforismos de duas obras: Stray Birds (1916) e Fireflies (1928), inéditas em Portugal. Poemas muito breves que podemos ler como haikus: «O mundo sabe que o pouco / é mais do que o muito.» A tradução foi feita a partir das edições de língua inglesa organizadas pelo próprio autor. Três estrelas.