quinta-feira, 19 de maio de 2016

O RODAPÉ

Quem assistiu ontem em directo à audição de Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI, na comissão parlamentar de inquérito ao Banif, ficou com a sensação de que o banco foi ao ar por causa do rodapé que esteve no ar durante dezassete minutos na noite de domingo, 13 de Dezembro de 2015. A avaliar pelas reacções de alguns deputados, a culpa foi do rodapé que esteve em linha entre as 22:49 e as 23:06 dessa noite. Sem ele, o Banif estaria aí, sólido como uma rocha, desafiando os potentados da City e de Wall Street. Todos sabemos como a história acabou.

Verdade que o rodapé dizia uma coisa às 22:49 e outra às 23:06. Na 1.ª versão, nenhum depósito, qualquer que fosse o seu montante, estava assegurado, mas isso foi corrigido no espaço de um quarto de hora. A notícia provou ser factual. Sem disfarçar o enfado (e a irritação que o levou a tratar João Almeida, do CDS, por Você), Sérgio Figueiredo esteve quatro horas a repetir as mesmas coisas: as fontes eram credíveis, a informação foi validada, o desfecho confirmou tudo. Eu não tenho que avaliar a oportunidade das notícias. Não sou governante, nem regulador, nem banqueiro. Sou director de informação. A Direita não gostou nada de o ouvir pôr em causa o modus operandi de Maria Luís Albuquerque.