terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DISCURSO DIRECTO, 32


Francisco Louçã, hoje no Público. Excertos, sublinhado meu:

«Ficámos este fim-de-semana pelo menos dois mil milhões de euros mais pobres, apesar de o comunicado seráfico do Banco de Portugal se ter esforçado por apresentar tudo como coisa normal. [...] Pode ainda acrescentar-se que, na realidade, a tramóia já vem de longe e que foi só por razões políticas que a questão do Banif foi escondida, nos termos de um acordo ou de uma concessão do governador do Banco de Portugal às conveniências eleitorais de Passos Coelho. [...] Na última semana, tudo piorou. Alguém lançou o boato da liquidação do bancoe desencadeou assim a corrida aos depósitos. Se não foi um comprador pretendendo tornar irreversível a pressão sobre os representantes do Estado, foi muito bem imitado. Entretanto, a crise exigiu centenas de milhões de euros de empréstimo de liquidez e o prazo para uma solução não podia ser adiado. Acresce finalmente que, por razões enigmáticas, a CMVM só no fim da semana suspendeu as acções em bolsa. Um ano de erros, uma semana de catástrofe. [...] O governador do Banco de Portugal, depois do BES e do Banif, não tira nenhuma conclusão sobre a degradação da confiança na banca, sob a sua liderança e nestes dois casos com a sua responsabilidade directa? [...]»

A imagem é do Público. Clique.